Por onde se esconde o sol-rei
Reaparece a mãe-lua
Por onde ela passa, eu não sei
Mas a vejo toda nua
Entre galhos e fantasias
Volta-se à noite após um atribulado dia
Tudo com muita classe e um pouco de sua agonia
Vejo em sua face o seu sorriso e a sua alegria
Delicada delicadeza
Sem sobra, sem sombra e sóbrio em regalia
Tenho o meu prato farto sobre a mesa
Tenho vida, lágrima, suor, sangue e folia
Se penso nela agora na janela
Não me demora de vê-la de novo algum dia
Júlio Nessin
Publicado no Recanto das Letras em 17/07/2008