terça-feira, 7 de outubro de 2008

Estro


Rasgando a ferida que dilacera o meu coração
Arranco-a de mim como um câncer que se prolifera
Atiro-me ao abismo que impunha-me a solidão
E deixo de ser homem e viro fera

Por onde escapar dessa destruição?...
Para onde fugir se a razão não impera?...
Rasgando a ferida que dilacera o meu coração
Arranco-a de mim como um câncer que se prolifera

Mesmo nos confins dessa confissão
Projeto-me para uma nova era
Sem espaço e nem tempo nessa procissão
Vou à mercê duma brisa que me congela
Rasgando a ferida que dilacera o meu coração

Júlio Nessin
Publicado no Recanto das Letras em 07/10/2008
Código do texto: T1215962