quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Poeta é o cara



Barba barbada
Barbudo sem barba
Poeta de barba
Sem barba poeta
Da cara lavada
Levada na cara...

Poeta de cara
A cara salgada
Na barba amarrada
Sua tara é tão braba
Não para
Não fala
Com barba ou sem barba
Na cara se baba...

Sua boca se cala
Se vara na vala
Na tela se mela
Com vinho e sem vela
Um beijo novinho
Gemendo na cela...

Sentada na sela
Da sala quimera
Seu sonho tem asa
O quarto é a casa
Sua fala é mais bela
A fada amarela
A porta e a janela...

A barba raspada
Raspada por ela
Não vejo novela
Mas canto na tela
Meu canto é a fera
A barba na goela.














Publicado no Recanto das Letras em 18/06/2009
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1655351