quarta-feira, 1 de julho de 2009

Dialética Poética


Num processo onde a arte que buscar a verdade sem parte
Sem apelo...
Mas com zelo...
Pelo diálogo e pela discussão
Se não afligi a razão
Deixa em conflito o silêncio sublinhado e em negrito
Na angustia do coração arranhado pelo grito...

Se a lógica que interpreta fatos históricos
Refaz ainda mais seus discursos retóricos
Opondo suas forças de ante da antítese
Resolvendo em comoção a tão esperada solução em síntese...

Ascendente ou descendente na visão de Platão
Elevando a alma do mundo sem calma
Mas num segundo...
Erradamente mente e desmente dizendo ser gente
Em mente demente que somente pensa que pensa certo
Fixando num mundo concreto a sua intangibilidade...

Desfazendo conceitos acima da bem ou da maldade
Doutro mundo refeito revendo noutro jeito e pensando mais a diante
Paralela a transcendência de Kant
Instigando a crítica à idéia ilusória
Sem perder o contexto da história
A razão antecipar-se à experiência sensível e estabelece antes de vivê-la
Os seus conceitos...
Os seus traumas
Os seus medos
Escondendo por detrás dos dedos
Suas idéias e ideais em segredos...

Refeito...
Eu busco o meu colóquio místico com o meu Deus e com as almas dos sonhos meus...
Unindo ao meu peito o centro de um mundo eleito
Apertado em minhas mãos a comunhão sem palmas...
Mas sem defeitos.

Júlio Nessin
Publicado no Recanto das Letras em 01/07/2009
http://recantodasletras.uol.com.br/ensaios/1677234